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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Bem x O Mal


As coisas em que acreditamos não são apenas lugar seguro onde emitimos nossa opinião a favor... É  necessário compartilhar literalmente! Segundo Turno, eleições municipais, e mais uma vez nos últimos dez anos nos encontramos em um confronto real de propostas. Se me lembro bem, "nunca na história desse país", se investigou tanto, se prendeu tanto, se condenou tanto e a imprensa foi tão livre a ponto de ser inclusive impertinente, mal educada, e parcial na cobertura e... Muitas vezes na "feitura" dos fatos. Os discursos são ideológicos sim!!! E mais ainda, não importa o quanto ideológico seja, fiz uma pergunta simples para um grupo de pessoas com níveis diferentes de escolaridade e econômico. Quem de nós nos últimos dez anos, conquistou por "seus esforços" algo que almejava no sentido da segurança sócio-econômica para si e ou sua familia? E todos unanimemente respondem, que conseguiram terminar a faculdade, comprar seu carro, dar entrada e ou comprar seu apartamento ou casa. Alguns já planejam coisas maiores, fazer uma pós, viajar pelo Brasil e ou pelo mundo!!! Acontece, e é fato que nos dez anos anteriores ao período que apresento, tudo isso só era possível para o pequeno número de pessoas que estavam no poder. Foi pelo "nosso esforço", sim foi, mais as condições que possibilitaram isso foi uma "escolha" política, que nos tem trazido cada dia mais para esse Brasil de Todos. Em um mundo em crise econômica, e por aqui não é diferente, e mesmo com um crescimento pequeno comparado as Brics, o Brasil tem sido o tempo todo cortejado por grandes empresas internacionais, assim com países que dificultavam a entrada de Brasileiros, hoje negociam a livre entrada de seus cidadãos em nosso país, bem como buscam direcionar nossos investimentos para seus países.
É por isso que compartilho das idéias corajosas, remando contra a maré, apresentadas pela Jornalista Bárbara Gancia, na Folha de São Paulo de hoje, 12/10/2012.


Bem x Mal
Texto de Bárbara Gancia


Está tudo muito bom, está tudo muito bem. E o "The New York Times", o "Financial Times" e o "Times" de Londres po­dem estar certos de que o julga­mento do mensalão representa um avanço brutal para a democracia tapuia, como bem notou o nosso monumental Clóvis Rossi em sua coluna de ontem, mas esta "bastian contraria" (a expressão é piemon­tesa) que vos fala veio posar na sua sopa para discordar.

É claro que quem tem culpa que pague o que deve. E eu também, co­mo todo o resto do Ocidente (excluindo talvez o Suriname, Cuba e a Cristina Kirchner --que deve sentir coisas por ele), não vou com os cornos do Zé Dirceu. O homem escondeu a pró­pria identidade da mulher, vive de amassos com os Castro, não é exatamente exemplo de democrata e blá-blá-blá-blá-blá.

Acontece que não consigo disso­ciar a imagem de Joaquim Barbosa de Torquemada e o julgamento do mensalão da Inquisição. Estamos assistindo a um massacre e há mui­to ainda a considerar.

Diziam que o julgamento seria parcial porque Lula havia escolhi­do os juízes. Não aconteceu. Aliás, essa desconfiança preconceituosa me faz lembrar o terceiro mandato de Lula, que não houve.

Enunciavam também que o men­salão ia dar a vitória a Russomanno em primeiro turno. Não aconteceu. Por sinal, a economia nem vai tão bem e Haddad lidera as pesquisas.

E Lula, ora, Lula foi o grande ven­cedor do primeiro turno (tadinha da Martoca) e vai levar São Paulo de enxurrada, né não?

Fica claro tam­bém que a classe média alta que se diz informada, mas que raramente acaba obtendo colocação profissio­nal fora do âmbito familiar, quer ver o PT ser varrido do mapa. Essa é a turma que torce como nunca no Fla-Flu do julgamento do STF.

Nos últimos tempos, até a Dilma eles têm tratado com um desdém que antes não havia ali. Já para o zé povinho, tanto faz. Para a perifa, obviamente não só despida de pre­conceito contra o Lula como iden­tificada com ele até a alma e beneficiada pelas mudanças sociais, escândalo de compra de votos da reeleição, anões do Con­gresso, Sivam, Zé Dirceu, Collor... é tudo a mesma lasanha.

Eu até concordo que a gente quei­ra ver canalhas ricos o bastante pa­ra contratar advogados top na ca­deia. Mas, vem cá: o Genoino, gen­te? Todo mundo conhece o Genoi­no, sabe que ele não vive no luxo. E não merece o que está acontecen­do.
Nesta semana vi gente com san­gue nos olhos dizendo que queria vê-lo atrás das grades. Isso não po­de ser sede de justiça. É outra coisa. É preconceito puro. E olha que o Muro de Berlim já caiu há mais de 20 anos!

É uma deturpação das mais dano­sas ao país colocar na capa da maior revista semanal tapuia uma crian­ça negra e pobre que subiu na vida pelo próprio esforço como se ela fosse o novo Pelé.

É como se a classe dominante dissesse: "Os nossos pretos pobres são melhores do que os deles". Os negros pobres do Lula precisam do Bolsa Família e de cotas para chegar lá. Joaquim Barbosa (que, note, se declara eleitor do PT) venceu sozinho, não precisou de "política assistencialista", não é mesmo? Pessoal ainda não enten­deu que não é muleta, mas repara­ção por séculos de apartheid social.

Seria lição de democracia se do julgamento do STF constassem não só PT, mas PSDB, DEM etc. Julgar ignorando garantias, sem direito a recurso e partindo da cer­teza de que quanto menos provas, maior o poder do réu e, portanto, hipoteticamente, maior sua culpa, é inver­ter a lógica. Isso não pode ser coisa boa, viu, "Times" de Londres?

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/barbaragancia/1168202-bem-x-mal.shtml

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