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domingo, 25 de novembro de 2012

Sugestões e Orientações - Projetos Sociais - Parte 4.1 - Orçamento

Olá caros amigos e amigas, desculpe o atraso, mais no último fim de semana aproveitei a oportunidade do feriado longo para visitar a família no Rio.
Bom voltamos hoje com mais uma etapa de orientações para a construção de um projeto social. Hoje trataremos do orçamento, o qual discutiremos em duas partes. Muitos pensam que para fazer um projeto social, basta ter "boa vontade", uma idéia e dinheiro para executa-la. Lá no início já demonstramos que não basta boa vontade e uma idéia, é preciso ter conhecimento da realidade a qual se quer mudar, e construir a idéia de mudança (a ação em si) sob bases sólidas e realistas. E quando falamos de orçamento não estamos tratando apenas de dinheiro, e nem tão pouco "dinheiro" é tudo que importa no orçamento. Por isso tratamos o espaço no projeto reservado ao orçamento como sendo por natureza, o conjunto de "Recursos", que podem ser os mais diferentes e criativos possíveis. Lembrem-se que a proposta e buscar realizar a mudança de uma realidade vulnerável para não vulnerável, e não poucas vezes, a sustentabilidade dessas mudanças perpassam muito mais o envolvimento e participação do público a quem se destina o projeto do que o custo das ações que promovo. Assim um processo mobilizatorio criativo muitas vezes quase sem custo algum são mais eficazes para o projeto que um "laboratório de qualquer tecnologia" com equipamentos de última geração.


RECURSOS:
Os recursos de um Projeto, podem ser tangíveis ou intangíveis. Chamamos de intangíveis aqueles de carater subjetivo, possibilitados pelas qualidades, potencialidades e saberes dos seus atores, que podem contribuir para o desenvolvimento do Projeto. Conhecer bem a aquipe, os parceiros, o publico beneficiário do Projeto, bem como o contexto onde se constrõem estas relações, é fundamental para o processo de Administração das Ações do Projeto na direção do alcance de seus objetivos.

Tangíveis são aqueles de carater objetivo, elementos concretos a serem administrados conforme sua disponibilidade e consumo no decorrer do Projeto. Estes por sua vez se dividem em “Recursos Materiais”, “Recursos Financeiros”, “Recursos Humanos” e “Recursos de Serviços” (este último pode ser consecionárias, alimentação, transporte e taxas)


“Recursos Materiais”

Recursos materiais são os diferentes tipos de objetos – mesas, cadeiras, canetas, alimentos, etc. - que utilizamos no desempenho de nossas atividades. Todos os materiais de projetos sociais, doados ou comprados, devem ser vistos como um bem comum da organização e dos beneficiários do projeto e devem ser tratados como tal. Uma boa gestão desses recursos implica não só organizar e controlar o seu uso e abastecimento para garantir o cumprimento das atividades previstas, mas também fornecer aos envolvidos, sempre que solicitadas, informações claras e objetivas sobre a situação, dada a especificidade do cenário que envolve os projetos sociais.


Para facilitar o gerenciamento e o controle desses recursos, podemos estabelecer uma diferenciação entre os tipos de materiais que se utilizam, divididos em três grupos:

- Materiais Duráveis: São móveis, equipamentos, computadores, ferramentas cuja a reposição é eventual. 
- Materiais de Consumo: São produtos como material de limpeza, lâmpadas, etc. São aqueles de uso cotidiano que tem a necessidade de reposição constantes. Normalmente são auxiliares as ações do projeto, não são para utilização direta nestas ações.
- Materiais didáticos-pedagógicos: São aqueles utilizados na execução das atividades, porém necessitam de reposição constante: Folhas Sulfite, canetas, cartolinas, etc..

Tanto os materiais de consumo, quantos os didático-pedagógicos são consumidos diariamente e , por isso, requerem um acompanhamento constante, capaz de indicar as necessidades imediatas de sua reposição.

“Recursos de Serviços”

Na elaboração de um projeto, é comum inicialmente não levarmos em conta os serviços necessários para sua execução: Como a manutenção de condições mínimas como:

- Consercionárias de Energia Elétrica, Água e Esgoto, Aluguel, Internet;
- Transporte para atividades (passeios), ou para os beneficiários chegarem até o local onde o projeto acontece,
- Ou ainda de alimentação (lanche ou mesmo almoço, quando as atividades diárias duram mais que 2 horas obrigando a alteração dos horários de alimentação dos participantes);
- Ou também de taxas, quando se prevê no projeto a necessidade de inscrição dos participantes ou da equipe técnica em atividades que não são promovidas pelo próprio projeto.

“Recursos Humanos”

São considerados recursos humanos todos os profissionais, os quais direta ou indiretamenta são necessários para implantação do projeto.

Diretamente são considerados aqueles, que executam as ações do projeto, e são remunerados pelos “recursos financeiros” capitados para o projeto; comumente compõem uma equipe fixa que acompanhará o projeto do início ao fim... São também considerados recursos humanos diretos aqueles que são remunerados pelo projeto, porém executam ações pontuais no projeto, de modo não permanente, como oficinas pontuais, ou consultorias...

Indiretamente são os recursos humanos que tem sua remunareção mantida através de parceria com outros serviços e ou projetos: Um educador ou oficineiros de outra entidade ou projeto (parceiro) disponibilizado para atuar no seu projeto.

“Recursos Financeiros”

Chamamos de recursos financeiros o dinheiro necessário para à concretização de um projeto. Não podemos deixar de considerar, entretanto , que outros recursos – doações, instalações próprias, etc. - devem ser quantificados. Isso nos possibilita calcular, com maior fidelidade, o custo de nosso projeto. O valor captado para aplicação em um projeto não representa, necessariamente, o seu custo. A contrapartida que a organização oferece é também parte desse custo.

A gestão dos recursos financeiros significa, primordialmente, proceder ao acompanhamento e o controle da utilização do dinheiro de forma garantir a execução das atividades, o alcance das metas e a concretização dos objetivos previstos em nossos projetos. Esse acompanhamento permite detectar possíveis necessidades de correção de rumos, prestar contas do seu andamento, bem como obter dados úteis para a formulação e apresentação de novas propostas orçamentárias.

Nesse sentido, uma boa gestão dos recursos financeiros consiste na capacidade de compatibilização da execução das atividades com o dispêndio do dinheiro para o período estabelecido para o projeto.

Bom por hoje é isso semana que vem avançaremos na distribuição e organização do orçamento no projeto.

Abraços, 
José Adriano M C Marinho

Referências bibliográficas :
ÁVILA, Célia M. de  (coord.). Gestão de projetos sociais – 3ª ed. Rev. (Coleção gestores sociais) – AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, São Paulo, 2001.

http://www.ebah.com.br/apostila-metrologia-pdf-a20231.html

www.cup.pt/CUP/Redaccao/2007/01/GlossariodaBanca.htm

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sugestões e Orientações - Projetos Sociais - Parte 3 - Metodologia

Dando continuidade as orientações acerca de projetos sociais, trataremos hoje da "metodologia", etapa que da corporeidade ao projeto; onde é feito o desenho do caminho que será seguido para realizar as mudanças desejadas.

Imagem 1:
Bom, em função dos Objetivos Específicos do Projeto, aquele que em seu corpo explicite também sua meta – objetivo quantitativo, temporal e espacialmente dimensionado, isto é, além de expressar o que queremos, precisamos delimitar o quanto, em que tempo e em que lugar ele se realizará.  Iniciamos outros questionamentos:
Como os resultados destes objetivos serão alcançados??? Quais as estratégias mais adequadas???




A Metodologia

É uma escolha geral, que precede a definição das atividades. Pode-se dizer que a metodologia está em outro nível, mais abstrato, embora costume ser confundida com as atividades propriamente ditas. A metodologia segue as premissas técnicas estabelecidas pela equipe gestora e pela instituição, fundamenta-se também em referenciais teóricos externos.

De forma bem simples para descrever, seria composta tanto por um texto orientador (um manual de instruções) que detalha e especifica as escolhas dos caminhos, das atividades e suas contribuições para a transformação proposta; quanto pelas atividades em si, que devem ser ordenadas de forma cronológica, de modo ficar claro a evolução processual proposta pelo projeto.


Texto Orientador
Exemplo: Projeto Talentos da Maturidade

No sentido de melhor operacionalizar a realização e alcance dos objetivos deste projeto; ele se constitui de duas fases independentes porém complementares. Possibilitando assim um momento de intensidade formativa/reflexiva e de apropriação de instrumental de planejamento e aplicação de saberes; e outro posterior ao processo formativo com foco nas atividades planejadas, sendo desenvolvido sob acompanhamento e monitoramento técnico, de modo ela também contribuir com a auto-reflexão/aprendizado sobre os aspectos subjetivos do ator em si (neste caso a pessoa idosa), de seu papel cidadão e contribuição para a transformação social.

A primeira Fase, com início até setembro de 2009 e término até dezembro de 2009, desenvolvida pela YZX e FRiD, buscará na ação de capacitação-reflexão-aprendizado, propiciar a discussão sobre aspectos psicológicos, sociais e biológicos do envelhecimento, fortalecendo a auto-estima e determinação de seu papel cidadão e humano, por meio de grupos reflexivos, atividades educativas, sócio-culturais, organizativas e de ação comunitária; culminando na produção de “Planos de Ação” elaborados pelos participantes, que contenham objetivamente, desdobramento deste processo inicial em seus grupos e comunidades de origem, sob responsabilidade de implantação e desenvolvimento dos próprios participantes.

       A segunda fase, com enfase na ação comunitária e implementação dos Planos de Ação elaborados pelos participantes, desenvolvida pela YZX e FRiD, com parte dos recursos solicitados ao Concurso Talentos da Maturidade, categoria “Programas Exemplares”, tem como principal característica co-responsabilidade na gestão das ações, o fortalecimento da pessoa idosa como cidadão que contribui com sua experiência e saber para a transformação social; de modo que cada Plano em si se desdobra-rá segundo a criatividade, empreendedorismo e mobilização de cada grupo de participante, tendo como aparato técnico subsidiário, 1 (um) professor da FRID, que acompanhará as ações de cada Plano, orientando e monitorando e avaliação do processo e XX recursos originários do “Concurso de Talentos da Maturidade”, bem como auxílio na abertura de espaços de sediamento das atividades; cabendo ao grupo de idosos, além coordenação das ações, administração e contabilidade dos recursos utilizados, também avaliação dos impactos possibilitados, em sua própria trajetória bem com das pessoas tocadas pela sua ação.


Atividades

Mais concretas, representam providências e articulações necessárias para atingir os resultados estipulados.

Planejar as atividades de um projeto é não só definir quais as ações e procedimentos necessários para alcançar os resultados desejados, mas também programar o tempo e a seqüência em que se desenvolverá cada uma dessas atividades.

É muito comum, quem pensa um projeto social, pensar primeiro na atividade que pretende fazer,  sem pensar nos objetivos, e nem mesmo nas situações problema que irá enfrentar. Tornando assim, esse "projeto", em um amontoado de "atividades pelas atividades".

Através desse procedimento que trazemos aqui, possibilita etapa por etapa, o Projeto possa ser pensado concistentemente.

Para tanto neste momento da construção da metodologia, é que deve ser levantado todas as idéias, possibilidades de ação, tendo em vista o caminho metodológico idealizado para alcançar o objetivo, assim como a realidade a qual se pretende mudar.

Chamamos de atividades de um projeto, TODAS AS AÇÔES, necessárias para o seu desenvolvimento. Neste sentido cabe alertar, que por exemplo: Curso de Informática para os jovens.

Só essa atividade em si, pre-supõe diversas outras anteriores:
- Preparação do Espaço Físico para receber o curso; (Os espaço será cedido, comprado ou alugado?)
- Compra e instalação dos equipamentos;(Os equipamentos serão recebidos de doação; ou comprados?)
- Contratação dos Profissionais; (Como será feita a divulgação da vaga?)
- Divulgação do Curso (Quais os meios divulgação? Será necessário imprimir cartazes? Quem fará os cartazes?)

É por isso que precisamos antes de chegar nesta etapa, ter bem claro a situação problema que será enfrentada, sua realidade; assim como estabelecer bem os objetivos a serem buscados. Para que na construção das atividades eles sejam mais completas possíveis, e cumpram o papel de corporeidade do projeto.

Importante ainda que ao fazer este levantamento, seja pensada estas atividades e ordem cronológica. E um ótimo instrumento para a organização cronológica das atividades é o Cronograma de Atividades.

Atividade X Objetivos Específicos

Sinalizamos um ponto fundamental na escolha das atividades. Elas não devem ser escolhidas aleatoriamente. As atividades devem ser intrinsicamente ligadas aos Objetivos Específicos, de maneira que para cada Objetivo Específico deve ser pensado um número de atividades que contribuam fisicamente para alcança-los. Sempre sugiro que seja pensado não muitas atividades, não mais que três por objetivo (podem ser mais caso seja necessário). Nessa conta, se você tem 3 objetivos específicos, e para cada objetivo 3 atividades; você terá então 9 atividades, as quais deverão ser monitoradas. 

Apontamos ainda que há atividades com foco nos objetivos; e aqueles com silnalizei no exemplo anterior, com foco no estabelecimento e estruturação do Projeto. Esta ultima não entra no Cronograma de Atividades (que trataremos a seguir), mais entram no Cronograma Físico Financeiro do projeto.


Cronograma de Atividades

Um instrumento simples e útil para identificar as ações no tempo, estimar o tempo em relação aos recursos, visualizar a possibilidade de algumas ações acontecerem em paralelo e, por último e mais importante, verificar a relação de interdependência entre elas.

O cronograma é um poderoso auxiliar tanto no planejamento quanto no monitoramento do projeto, pois com ele visualizamos o todo das atividades no tempo, suas interdependências, seu desenvolvimento, seus resultados, e podemos ir identificando possíveis desvios em relação ao planejado, o que possibilita uma correção de rota ainda durante o desenvolvimento do projeto.


O cronograma de atividades deve ser:

• completo, isto é, com todas as atividades do projeto e seus respectivos responsáveis;

• preciso, apontando o início e o fim de cada atividade;

• lógico, de modo a mostrar as interdependências entre as diversas atividades (por exemplo, a atividade de divulgar para o público-alvo os critérios de seleção dos alunos para um curso de capacitação pressupõe outra, a confecção de folhetos e cartazes de divulgação; se esta não for bem realizada e no tempo planejado, aquela estará prejudicada);

• flexível, atualizado e sistematicamente analisado;

• realista, baseado em estimativas reais.

Imagem 2:

Na Proxima semana traremos o discussão sobre Orçamento.

Referências Bibliográficas:


ÁVILA, Célia M. de  (coord.). Gestão de projetos sociais – 3ª ed. Rev. (Coleção gestores sociais) – AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, São Paulo, 2001.

GOLDSTEIN, Ilana Seltizer. Responsabilidade social: das grandes coorporações ao terceiro setor – Ed. Ática, São Paulo, 2007.

Fonte das Imagens:

Imagem 2: Autoria própria


Abraços;
José Adriano M C Marinho