Dando continuidade as orientações acerca de projetos sociais, trataremos hoje da "metodologia", etapa que da corporeidade ao projeto; onde é feito o desenho do caminho que será seguido para realizar as mudanças desejadas.
Imagem 1:
Bom, em função dos Objetivos Específicos do Projeto, aquele que em seu corpo explicite também sua meta – objetivo quantitativo, temporal e espacialmente dimensionado, isto é, além de expressar o que queremos, precisamos delimitar o quanto, em que tempo e em que lugar ele se realizará. Iniciamos outros questionamentos:
Como os resultados destes objetivos serão alcançados??? Quais as estratégias mais adequadas???
A Metodologia
É uma escolha geral, que precede a definição das atividades. Pode-se dizer que a metodologia está em outro nível, mais abstrato, embora costume ser confundida com as atividades propriamente ditas. A metodologia segue as premissas técnicas estabelecidas pela equipe gestora e pela instituição, fundamenta-se também em referenciais teóricos externos.
De forma bem simples para descrever, seria composta tanto por um texto orientador (um manual de instruções) que detalha e especifica as escolhas dos caminhos, das atividades e suas contribuições para a transformação proposta; quanto pelas atividades em si, que devem ser ordenadas de forma cronológica, de modo ficar claro a evolução processual proposta pelo projeto.
Texto Orientador
Exemplo: Projeto Talentos da Maturidade
No sentido de melhor operacionalizar a realização e alcance dos objetivos deste projeto; ele se constitui de duas fases independentes porém complementares. Possibilitando assim um momento de intensidade formativa/reflexiva e de apropriação de instrumental de planejamento e aplicação de saberes; e outro posterior ao processo formativo com foco nas atividades planejadas, sendo desenvolvido sob acompanhamento e monitoramento técnico, de modo ela também contribuir com a auto-reflexão/aprendizado sobre os aspectos subjetivos do ator em si (neste caso a pessoa idosa), de seu papel cidadão e contribuição para a transformação social.
A primeira Fase, com início até setembro de 2009 e término até dezembro de 2009, desenvolvida pela YZX e FRiD, buscará na ação de capacitação-reflexão-aprendizado, propiciar a discussão sobre aspectos psicológicos, sociais e biológicos do envelhecimento, fortalecendo a auto-estima e determinação de seu papel cidadão e humano, por meio de grupos reflexivos, atividades educativas, sócio-culturais, organizativas e de ação comunitária; culminando na produção de “Planos de Ação” elaborados pelos participantes, que contenham objetivamente, desdobramento deste processo inicial em seus grupos e comunidades de origem, sob responsabilidade de implantação e desenvolvimento dos próprios participantes.
A segunda fase, com enfase na ação comunitária e implementação dos Planos de Ação elaborados pelos participantes, desenvolvida pela YZX e FRiD, com parte dos recursos solicitados ao Concurso Talentos da Maturidade, categoria “Programas Exemplares”, tem como principal característica co-responsabilidade na gestão das ações, o fortalecimento da pessoa idosa como cidadão que contribui com sua experiência e saber para a transformação social; de modo que cada Plano em si se desdobra-rá segundo a criatividade, empreendedorismo e mobilização de cada grupo de participante, tendo como aparato técnico subsidiário, 1 (um) professor da FRID, que acompanhará as ações de cada Plano, orientando e monitorando e avaliação do processo e XX recursos originários do “Concurso de Talentos da Maturidade”, bem como auxílio na abertura de espaços de sediamento das atividades; cabendo ao grupo de idosos, além coordenação das ações, administração e contabilidade dos recursos utilizados, também avaliação dos impactos possibilitados, em sua própria trajetória bem com das pessoas tocadas pela sua ação.
Atividades
Mais concretas, representam providências e articulações necessárias para atingir os resultados estipulados.
Planejar as atividades de um projeto é não só definir quais as ações e procedimentos necessários para alcançar os resultados desejados, mas também programar o tempo e a seqüência em que se desenvolverá cada uma dessas atividades.
É muito comum, quem pensa um projeto social, pensar primeiro na atividade que pretende fazer, sem pensar nos objetivos, e nem mesmo nas situações problema que irá enfrentar. Tornando assim, esse "projeto", em um amontoado de "atividades pelas atividades".
Através desse procedimento que trazemos aqui, possibilita etapa por etapa, o Projeto possa ser pensado concistentemente.
Para tanto neste momento da construção da metodologia, é que deve ser levantado todas as idéias, possibilidades de ação, tendo em vista o caminho metodológico idealizado para alcançar o objetivo, assim como a realidade a qual se pretende mudar.
Chamamos de atividades de um projeto, TODAS AS AÇÔES, necessárias para o seu desenvolvimento. Neste sentido cabe alertar, que por exemplo: Curso de Informática para os jovens.
Só essa atividade em si, pre-supõe diversas outras anteriores:
- Preparação do Espaço Físico para receber o curso; (Os espaço será cedido, comprado ou alugado?)
- Compra e instalação dos equipamentos;(Os equipamentos serão recebidos de doação; ou comprados?)
- Contratação dos Profissionais; (Como será feita a divulgação da vaga?)
- Divulgação do Curso (Quais os meios divulgação? Será necessário imprimir cartazes? Quem fará os cartazes?)
É por isso que precisamos antes de chegar nesta etapa, ter bem claro a situação problema que será enfrentada, sua realidade; assim como estabelecer bem os objetivos a serem buscados. Para que na construção das atividades eles sejam mais completas possíveis, e cumpram o papel de corporeidade do projeto.
Importante ainda que ao fazer este levantamento, seja pensada estas atividades e ordem cronológica. E um ótimo instrumento para a organização cronológica das atividades é o Cronograma de Atividades.
Atividade X Objetivos Específicos
Sinalizamos um ponto fundamental na escolha das atividades. Elas não devem ser escolhidas aleatoriamente. As atividades devem ser intrinsicamente ligadas aos Objetivos Específicos, de maneira que para cada Objetivo Específico deve ser pensado um número de atividades que contribuam fisicamente para alcança-los. Sempre sugiro que seja pensado não muitas atividades, não mais que três por objetivo (podem ser mais caso seja necessário). Nessa conta, se você tem 3 objetivos específicos, e para cada objetivo 3 atividades; você terá então 9 atividades, as quais deverão ser monitoradas.
Apontamos ainda que há atividades com foco nos objetivos; e aqueles com silnalizei no exemplo anterior, com foco no estabelecimento e estruturação do Projeto. Esta ultima não entra no Cronograma de Atividades (que trataremos a seguir), mais entram no Cronograma Físico Financeiro do projeto.
Cronograma de Atividades
Um instrumento simples e útil para identificar as ações no tempo, estimar o tempo em relação aos recursos, visualizar a possibilidade de algumas ações acontecerem em paralelo e, por último e mais importante, verificar a relação de interdependência entre elas.
O cronograma é um poderoso auxiliar tanto no planejamento quanto no monitoramento do projeto, pois com ele visualizamos o todo das atividades no tempo, suas interdependências, seu desenvolvimento, seus resultados, e podemos ir identificando possíveis desvios em relação ao planejado, o que possibilita uma correção de rota ainda durante o desenvolvimento do projeto.
O cronograma de atividades deve ser:
• completo, isto é, com todas as atividades do projeto e seus respectivos responsáveis;
• preciso, apontando o início e o fim de cada atividade;
• lógico, de modo a mostrar as interdependências entre as diversas atividades (por exemplo, a atividade de divulgar para o público-alvo os critérios de seleção dos alunos para um curso de capacitação pressupõe outra, a confecção de folhetos e cartazes de divulgação; se esta não for bem realizada e no tempo planejado, aquela estará prejudicada);
• flexível, atualizado e sistematicamente analisado;
• realista, baseado em estimativas reais.
Imagem 2:
Na Proxima semana traremos o discussão sobre Orçamento.
Referências Bibliográficas:
ÁVILA, Célia M. de (coord.). Gestão de projetos sociais – 3ª ed. Rev. (Coleção gestores sociais) – AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, São Paulo, 2001.
GOLDSTEIN, Ilana Seltizer. Responsabilidade social: das grandes coorporações ao terceiro setor – Ed. Ática, São Paulo, 2007.
Fonte das Imagens:
Imagem 2: Autoria própria
Abraços;
José Adriano M C Marinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário