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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Diplomacia e Eleições


Os Estados Unidos, demoraram uma pá de tempo para admitir a possibilidade de uma ação militar contra o Governo Sírio. Enquanto isso, em função de posição ambígua o governo Sírio, matou milhares de pessoas, usou armas químicas e ameaçou vizinhos. Mais é claro que está posição americana que tem na Síria uma "aliada" contra grupos extremistas e governos "não alinhados" do oriente médio, não é ideológico... Porém o Brasil, que foi sempre muito cuidadoso em preservar o diálogo político amigável com seus vizinhos da América Latina, mesmo na discordância, agora é questionado pela oposição (Aécio Neves e Eduardo Campos) por praticar uma política externa ideologica... Bem eu queria saber, quando que política por natureza não é ideológica??? Percebesse ainda no oportunismo dos comentários desses dois "Presidenciáveis" o despreparo irresponsável, no mínimo, para lidar com estas questões, se não dizer, conivência. A parte isso, é independente das condições objetivas que afirma está sofrendo o Diplomata Saboia, ele foi irresponsável, como profissional e como diplomata, que não é delegado como tal apenas para situações "faceis", mais para agir como representante do governo Brasileiro, coisa que ele não fez com a quebra de hierarquia... Esta mesma atitude de "assumir" ou expor a si próprio, bem como o asilado ao risco; tanto quanto expor o governo Brasileiro, não é o que se espera de um profissional que tem como instrumento de trabalho a negociação e a sensatez. Por certo, para não ser de todo ingênuo, é no mínimo questionável a participação "politica ideologica" da Comissão de Política Externa da Câmara em conluio com Sr Saboia, ter apoiado este procedimento sem anuência da Chefe do Executivo, demonstrando uma nítida intervenção do legislativo no executivo. Se estas atitudes mascaradas de "humanitaria", afirmar que estas ações não tem algo de ideológico, é dizer que vivemos no "país das maravilhas" e que não haverá eleições para presidente no ano que vem...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Anos 90 x anos 2000...


Anos 90 x anos 2000...

Nos anos noventa esperimentavamos um pouco da recém conquistada democracia, com uma constituição super avançada iniciamos aquela década com forças conservadoras no poder. Diga-se de passagem, Fernando Collor, caçador de marajás, apoiado pela Globo, e alardeado pela Globo como fruto de seu empenho e poder... em 92, ele foi deposto pelo movimento dos caras pintadas...não por conta da corrupção, que foi bem maior que o mensalão, apenas pouco divulgada, já que os meios de comunicação não tinham menor interesse em cobrir atos dos quais eram cúmplices ; mais por ter feito cumprir por decreto aquilo pra que recebeu apoio eleitoral, ou seja abrir a economia Brasileira ao capital estrangeiro, adotando o Neoliberalismo... Só havia um problema... Nos não tínhamos indústria competitiva para encarar a invasão de mercadorias melhores e mais baratas no mercado nacional. A evasão de divisas foi tão grande que praticamente quebrou o país, não havia dinheiro nas reservas nacionais para cobrir as despesas sequer internas, menos ainda para pagar a dívida externa... aí veio o calote internacional e o pior, calote com a "sagrada poupança " dos brasileiros, ou melhor de todos que naquela época tinha mais de 50.000,00 guardado; foi por isso que o Collor foi deposto, nem mais nem menos...

A Globo que passava o "seriado anos rebeldes", trazia uma vinheta, onde voltava a alardear seu poder, "elegemos presidente, informamos as massas e derrubamos os corruptos...".
Ficou o Itamar Franco, em um processo de transição, enquanto se preparava nos bastidores um ministro intelectual para dar um golpe fatal na inflação, maquiando o ato como sendo uma grande vitória popular, mais de fato consolidando, agora de forma orgânica a implantação do sistema neoliberal "tardio" no Brasil, imprimindo no setor público a imagem de ineficiência no uso da maquina, declarando que o setor privado teria melhores condições de gerir as empresas estatais, venderam quase todas as estatais brasileiras à preços muito baixo, porém a base subornos e compra de votos para fazer passar pelo congresso o desmembramento da maquina pública. Ao passo que se manteve os juros altos para cobrir a entrada de recursos estrangeiros, juros que giravam em torno de 30%, de modo que para dar garantias que esses juros seriam pagos, demitiram milhões de trabalhadores formais, e a título de renovação tecnológica competitiva do mercado as empresas privadas incentivavam a demissão compulsória e o estado recontratava de forma terceirizada os serviços das antigas estatais agora privatizadas. Sem concurso público, políticas sociais aprovadas na constituição estagnadas, uma série de ações sociais pontuais e assistencialistas sem coordenação orgânica e sem força de lei usadas para perpetuar a miséria, e mesmo a política social privatizada de forma inconstante e seletiva através do "Comunidade Solidária ", recessão, fome e desemprego em nome da "estabilidade da moeda", com investimentos estrangeiros que eram atraídos não pelo nossa capacidade de produzir, mais pelos juros pagos com os esforço compulsório do brasileiro comum. Este, de maneira ainda muito simples foi o Plano Real.

Cabe ainda salientar que o brasileiro comum, mal conseguia fazer uma pequena reforma na sua casa, quanto menos comprar um imóvel ou carro, faculdade só por.vestibular pra quem conseguia "pagar" um cursinho pré vestibular ou estudasse em um colégio particular de classe média no mínimo. Linha telefônica se comprava no "câmbio negro", assim como muitos outros itens de consumo e necessidade. Foi neste período que vimos a invasão de produtos chineses de baixa qualidade, a proliferação da pirataria; e eu diria que consumida em função do não acesso aos produtos de qualidade. A polícia federal e o Ministério Público, eram pouco atuantes por estarem intrinsecamente ligados e operacionalizados pelo governantes, e apesar de já existir internet, apenas poucos tinham acesso, de modo que a o único acesso a informação era através dos cartéis da comunicação.

Pois bem... Com o mudança de governo nos anos 2000, veio também algumas mudanças substanciais de modos operandi, ou seja de como fazer as coisas. O incentivo à entrada do capital estrangeiro continuou forte, mais dessa vez não em função dos juros, mais dos produtos brasileiros, o que levou o presidente Lula, na época viajar muito levando consigo diversos empresários, buscando mercados alternativos para vender nossos produtos. Com isso ampliamos a planta industrial, nos tornamos campeões na produção de grãos e carne, gerou-se empregos, e diminuiu-se os juros pagos a investimento estrangeiro; hoje considerado alto são de 6,9 %. Unificou-se os programas sociais, abriu- se credito para o brasileiro comum, regulamentou-se as políticas sociais e de direitos do cidadão, tornando-as leis e políticas de estado, impedindo que estas conquistas se perdessem com uma eventual mudança de humor do governante ou do mercado.

A polícia federal e o Ministério Público, pela primeira vez na história do país passaram a ter uma atuação mais qualificada e independente, assim como a liberdade de expressão e acesso a informação não foi apenas garantida, mais defendida. O acesso a universidade, seja por meio de cotas, seja pelo Enem, seja pelo Pro Uni, possibilitou que milhões de brasileiros alçassem o ensino superior, o incentivo ao consumo interno como forma de possibilitar acesso aos bens de consumo básicos, geladeira, fogão, etc... mantiveram a indústria brasileira funcionando enquanto a Europa e os Estados Unidos seguem em profunda crise econômica e desemprego. No Brasil chegamos a ter desemprego quase zero, em alguma regiões e algumas cidades do interior de São Paulo, há deficit de trabalhadores.

O Brasileiro, começa a ter acesso a informação, não apenas de uma única fonte, a Internet fica cada vez mais acessível via telefonia celular, o brasileiro hoje consegue planejar sua vida, comprar seu carro e se organizar para comprar sua casa. A legalização do trabalho formal segue a pleno vapor... Nestes dias de convulsão social, não existe nada mais lindo que o povo expressando, inclusive pensamentos contrários aos meus, nas ruas! Agora ciente e detentor de seu poder... capaz de através de sua manifestação fazer valer, cobrar e fiscalizar a ação dos políticos que elegeu ou não! A velha mídia e os velhos senhores feudais, saudosos dos anos 90, de quando concentravam mais de 90% do PIB, voltam e usar de seu pleno poder para incutir a insegurança e o medo na população, transformando estas vitórias em derrotas... basta ver como foram retradas as manifestações nos dois primeiros dias, e como, SÓ DEPOIS QUE UMA JORNALISTA TEVE SUA IMAGEM VEICULADA AMPLAMENTE COMO VÍTIMA DA VIOLÊNCIA POLICIAL, está mídia fachista começou a retratar as manifestações legítimas, como expressão popular, até então eram chamados de baderneiros e criminosos. A partir daí, uma série de agentes com interesses escusos, organizados ou independentes passaram a usar as manifestações em busca de manipular as massas.
Ainda assim prefiro o povo nas ruas, que o silêncio concencioso... Diga-se de passagem, que hoje só podemos cobrar dos governantes porque temos acesso às informações, por que temos celulares, Internet, computadores, emprego, por entrarmos na faculdade; coisas inacessíveis na década de 90... Aqui, entra sim, minha reflexão de fato... É bom lembrarmos que o sistema de cotas, a lei que obriga as empresas a contratar deficientes e aprendizes, o Enem, o Pro Uni, o Bolsa Família, a meia entrada para estudantes, a menor idade penal, o crédito para famílias de baixa renda, assim como incentivos fiscais para indústrias produzirem bens de consumo direto e gerarem emprego; tem sido nos dois últimos anos as políticas mais atacadas pela velha oligarquia de políticos e pela mídia tradicional. Há de se compreender que estas políticas com toda sua deficiência, tiraram mais de 40 milhões de brasileiros da miséria absoluta em 10 anos, possibilitaram que este grande contingente de pessoas pobres dividissem espaços antes acessados apenas pelos milionários. Universidades, Shoping, teatro, viagens para o exterior, viagens de férias, hoje são coisas bem comuns nessa população ascendente, e este convívio gera conflitos, em função de que os sempre ricos acreditarem que não devíamos ter saído "da cozinha"; só para citar FHC que afirmava de forma pejorativa, que tinha um "pezinho na cozinha". Deste modo, o processo organizacional dos grandes eventos, copa do mundo, olimpíadas e por que não a FLIP, tem sido considerados pela mídia, e os sempre ricos, como espaços que consideram seus por "natureza", e buscam preserva-los da presença dessa população emergente, ao passo que veiculam os problemas como sendo unicamente dos governos, como se boa parte dos recursos não fossem da iniciativa privada. E dessa maneira buscam ficar de fora do furacão e desviam a atenção de sua própria responsabilidade com a desigualdade que agora criticam.
Ao fazer este paralelo, com certeza demonstro meu posicionamento político... no entanto acredito sim que mesmo com todos os avanços socioeconômicos que tivemos, temos sim, todos que nos manter vigilantes e cobrar a todo momento transparência no uso do dinheiro público, e pela qualificação dos serviços, vigilantes contra os atos de corrupção e cobrar penas duras contra aqueles que foram condenados por este motivo. Bem como apoiar os políticos, quando estes sob nossa pressão popular buscam responder às demandas que brilhantemente levantamos nestes dias. Após exigirmos mudanças, não podemos recuar quando ela é apresentada, pelo contrário !!! Precisamos garantir que ela aconteça. Precisamos participar das discussões orçamentárias em nossos municípios, das conferências de políticas públicas ( saúde, educação, assistência social, cultura, comunicação, etc), bem como da organização dos grandes eventos, para que o acesso seja de fato para todos e o dinheiro seja usado da forma devida.

Comemorar o gol da seleção brasileira não é algo ruim... é bom e faz parte de nossa cultura e identidade nacional, se espalhou pelo país de forma popular em campos de várzea, como atividade esportiva/recreativa/e de lazer de baixíssimo custo em todas as comunidades pobres do país, até os índios no interior do amazonas jogam futebol, mais nos últimos anos os cartéis capitalistas foram cooptando também este prazer popular e infligindo a ilusão dos ganhos "faceis", nas grande contratações e no monopólio de organização e veiculação dos grandes eventos.
Precisamos exigir a mesma qualidade para a Educação, Saúde, Segurança, Cultura e Inclusão Social.... Mais sem correr o risco de negarmos a nos mesmos participação nestas outras atividades, pois no final das contas é isso que se quer de nós... discutam vcs escola, hospital, pois isso não dá dinheiro, e deixem quem "ENTENDE" discutir a Copa, as Olimpíadas a FLIP!!!