Por José Adriano M C Marinho – dez/2014
Conheço bem o papel do CRESS, e atuo junta a comissões e próximo inclusive da gestão desde 1994 no Rio de Janeiro. Aqui em São Paulo, até pelo processo de refazer redes de contato estabelecer nova história de construção política em um local diferente de minha origem não estive tão presente junto a "Gestão do CRESS", o que não significa que não acompanho os acontecimentos ou atividades desde 2004, quando mudei para São Paulo.
É comum reclamarmos, eu mesmo, de falta de participação da categoria profissional... Comum acharmos que apenas pela formação hoje baseada no nosso "Projeto Ético Político", com um simples chamamento teremos todos os profissionais reunidos em uníssono debatendo os rumos da profissão. A verdade é mais pragmática, e a realidade da sobrevivência, conveniência e mesmo, por que não escolhas frentes os enfrentamentos cotidianos (coisas simplórias e menos importantes para alguns), como pagar a conta de luz, a conta d`água; levar os filhos pra escola, e junto a estas coisas a dureza simples da falta de infra-estrutura de trabalho no espaço profissional; levam, aos também "seres humanos" profissionais de Serviço Social a "optarem" por outros espaços e prazeres que não apenas o da militância. Deixam eles/elas de serem profissionais críticos, engajados, responsáveis com o "Projeto Ético Político"? Não!!!
Por outro lado, a própria militância, encontra também no cotidiano, espaços diversos que aqueles que giram em torno do CRESS; inclusive muitos espaços e de muitas facetas, que no fim constroem e reconstroem o perfil profissional tanto quanto o a "Instituição Legal" a qual o CRESS responde. Do olhar do militante, partindo de seus enfrentamentos, vemos o nosso espaço de militância como "central"; e logo de fundamental presença e participação do coletivo profissional. Ai levanto, o que de fato é participação? A quem cabe, e independente do "esforço" muitas vezes "não retornado", o processo "permanente" de mobilização para as "idéias" ali defendidas? Ao Órgão Instituído e eleito, ou ao profissional citado a acima? A ambos é claro, com especial preponderância para o órgão instituído.
O "CRESS" faz mais que o que deveria... E a meu ver, deve continuar fazendo, independente de sua finalidade objetiva, pois a "discussão política", a que se afirma ser pertinente ao órgão sindical, é a perspectiva fundante do nosso "Projeto Ético Político", e sem este debate político, o próprio CRESS, passa a ser apenas um espaço "burocrático/fiscalizatório" instituído legalmente, e nada mais.
Com relação à anuidade, é obrigação de cada profissional inscrito e atuando como tal, paga-la mantendo assim "essa maquina pública". No entanto afirmar que não houve ajustes e aumentos, nos últimos sete anos, quando de fato a anuidade de 2012 que foi no valor mínimo de algo entorno de 186,00 e pulou para mais ou menos 264,00 em 2013; e 2014 foi de 311,00...; ora se isso não é reajuste/aumento eu não sei fazer contas.
É claro também que a Assembléia com 80 pessoas é soberana, e esse é o processo democrático. Ainda assim, como afirma nosso código de ética profissional, a "... defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida" e a "Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária..." denotam a importância de acompanharmos os tempos da história e adequarmo-nos aos processos da modernidade. Fato hoje já possibilitado ainda que de forma limitada através de uma "Eleição para o CRESS" feita a distancia (poderia ser digital); que aponta também para a possibilidade real de aprimorar, pensar e construir instrumentos também "legais" de pluralizar a participação nas "Assembléias", sem que esta perca sua característica de participação e deliberação (talvez Assembléias nas Seccionais...).
Com relação a "inadimplência" no pagamento das anuidades, que posso dizer...? É questão "operacional" de gestão, contas a pagar, espaços ocupados, custos das atividades... são todas questão "operacionais" de gestão.... e quem opera é o CRESS.
A propósito, uma vez que o pagamento da anuidade é uma obrigação, e assim deve ser; não deveria estar acessível também no site do CRESS a prestação de contas, juntamente com as atas de cada Assembléia? Por que, a resolução que corretamente afirma as atribuições do CRESS para a definição anual de anuidades (ao menos a de 2013 para o exercício 2014) está. Ai sim, podemos acompanhar de fato a problemática com a propriedade e saberíamos os custos reais, e a real dificuldade ou não para a "gestão" das ações do CRESS. Saberíamos, ou ao menos estaria disponível para sabermos, como o tamanho da "inadimplência".
Por outro lado, todos os anos entram no mercado centenas de profissionais, diga-se de passagem, que meu número de registro está na casa dos 34000 (isso em 2004 para o CRESS/SP); e meus alunos do ano passado têm numero de registro acima de 50000.
Bom o debate aberto e franco é sempre bom, e dirimi dúvidas, e por si só abre também espaços de participação. Acredito mesmo de fato, que expressar aqui para este grupo de pessoas, ou no meu perfil do facebook, minha "estupefação" diante deste aumento de 25% com valor de R$ 389,20, contribui mais ainda para esse debate e também para o processo de participação dos profissionais nas "instâncias oficiais".
Ta ai... Comunicação! Talvez o CRESS deve-se investir mais e melhor no processo de comunicação, entendendo os novos tempos, "ir onde o povo está...", até para qualificar estes novos espaços com base em nosso "Projeto Ético Político".
Fica a dica.
Um caloroso abraço a todas e todos,
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