

Em ultima instância é o Estado, o responsável por fazer cumprir a lei, implementar as políticas públicas e garantir direitos. Mas a cada trájedia climática, traz consigo o debate sobre de quem é a responsábilidade por esta ou aquela situação. A responsabilidade é minha, é sua e todos nós, porém essa afirmativa é também uma opção difusa para dizer que não é responsabilidade de ninguém, podendo inclusive chegarmos ao ponto de responsabilizarmos São Pedro por tudo que o "clima" intespetivo nos faz... Em nossa sociedade capitalista, isso mesmo capitalista sim!!! E faço essa afirmação como fato, e não como desculpa sectária de esquerda. Promove o crescimento econômico a partir da acumulação aconômica de uns poucos em detrimento da qualidade de vida dos demais. Cada vez mais empurrados para as periferias, ou para situações irregulares de moradia, mais acessíves ao seu baixo poder aquisitivo; está população fica a mercê dos "pequenos" golpistas que vendem lotes irregulares nas encostas, em lixões, na beira de rios e em meio a reservas; ficam a mercê de "pseudo-movimentos de moradia" que incentivam ocupações irregulares nas grandes cidades como forma de pressão política, para fins muito próprios, utilizando-se de uma necessidade e um direito constitucional do cidadão; ficam a mercê dos "grandes" golpistas, de imobiliarias e construturas que usam material deteriorado e ocupam espaços inapropriados para a construção sem as garantias legais, a mercê de governantes no mínimo omissos, quando não, corrupitos, ou mesmo por simples opção de segregação mesmo do espaço em função de sua perspectiva política. Enquanto esperamos a próxima chuva, o próximo vento, a próxima exploração do sofrimento humanos por parte da imprensa... uma casa continua lá no morro, vivendo e morrendo um dia de cada vez...
Uma Casa
Uma casa, duas casas, três casas,
Depois outra...
Aglomeradas umas as outras, umas sobre as outras;
Meio inteiras, inteiramente pela metade,
Sob o sol, a chuva, o vento, sobre o morro;
Cão sem dono, gatos sujos e crianças felizes,
Tristes, descalças, melequentas.
Acorda vagarosamente com vigor;
Um perfume mofo de suor em noite quente;
Gente muita; Gente, Trabalhadora;
Acordando, Cocoricó, latidos e grunhidos;
Desejosos do trabalho, entre fios interligados,
Nos tetos ocos dos telhados vigiados,
Armas agudas olham os cantos e contam,
Das rodas e sambas, e fumaça, e bagunça...
E vítimas, bem como o concerto do carro
Na harmonia da mãe santa;
“Muszem Fio”, mãe preta, mão preta,
Desdentado sorriso banguela da cidade.
De um colorido uni tom sobre o aclive,
Outrora verde, no entanto acolhedor e sofrido
Recipiente de sonhos, esperança e gente...
MARINHO, José A. M. C. - 01/01/2005
Nenhum comentário:
Postar um comentário